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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Conforto Térmico – Temperatura e Humidade Relativa do Ar


Depois de um longo período de ausência na atualização do meu blogue, devido ao grande volume de trabalho na empresa e aos dias de grande alegria que foram o Baile de Finalistas e a Benção das Pastas, e todos os preparativos que envolveram, entre outras coisas menos boas na minha vida que têm acontecido, estou de volta para conseguir dar-vos toda a informação que tem vindo a ser deixada um pouco “de lado” e que é essencial para entenderem o meu percurso pelo mundo da segurança e higiene no trabalho.  

A preocupação do homem em relação ao seu bem-estar e conforto é diretamente proporcional à evolução da humanidade, ou seja, quanto mais evoluídas as sociedades, mais as pessoas se tornam exigentes em relação ao seu conforto. Assim, existem algumas restrições que são essenciais para a manutenção deste bem-estar no que diz respeito às condições ambientais:
  • A temperatura e a humidade dos locais de trabalho devem, portanto, ser adequadas ao organismo humano, tendo em consideração os métodos de trabalho e os condicionalismos físicos impostos aos trabalhadores;
  • As janelas, as claraboias e as paredes envidraçadas não devem permitir uma excessiva exposição ao sol, tendo em conta o tipo de trabalho e a natureza do local de trabalho;
  • Sempre que necessário, devem ser colocados resguardos para proteger os trabalhadores contra radiações intensas de calor, provocadas por tubagens, radiadores, sistemas de aquecimento ou quaisquer outras formas nocivas de calor.  

“A zona de conforto representa aquele ponto no qual a pessoa necessita de consumir a menor quantidade de energia para se adaptar ao ambiente circunstante”. (Olygay, 1973)

O ambiente térmico pode ser definido como o conjunto das variáveis térmicas do ambiente em que o individuo se encontra que influenciam o seu organismo, sendo assim um fator importante que intervém, de forma direta ou indireta, na saúde e bem-estar do mesmo, e no caso dos trabalhadores, na realização das tarefas que lhe estão atribuídas.
Assim, o conforto térmico pode ser definido pela sensação que reflete o estado de espírito em que o individuo expressa satisfação e bem-estar em relação ao ambiente térmico, que depende sobretudo de três fatores que envolvem o indivíduo: temperatura, humidade e velocidade do ar. No entanto, existem outros parâmetros que influenciam o equilíbrio da temperatura corpórea, nomeadamente a temperatura à superfície dos elementos no local envolvente, e outros que dependem do próprio individuo, o seu metabolismo, a temperatura da pela e a roupa que usa. A temperatura do ar afeta a perda de calor por parte do corpo humano por convecção e evaporação. A humidade relativa corresponde à proporção de água que o ar contém, perante a temperatura e pressão presentes, e o volume máximo de humidade que poderia conter. Existindo um grau de evaporação superior ou inferior, este interfere com a perda de calor corporal. Exceto em situações extremas, a influência da humidade relativa sobre a sensação de conforto térmico é diminuta.
Este bem-estar trata-se do equilíbrio entre o calor produzido pelo corpo com o calor que perde para o ambiente que o envolve.

O homem é um animal homeotérmico, de sangue quente que, para sobreviver, necessita de manter a temperatura interna do corpo dentro de limites muito estreitos, a uma temperatura constante de 37ºC, obrigando a uma procura constante de equilíbrio térmico entre o interior e o meio envolvente, podendo um desvio em relação a este valor dar origem à morte. Esta homeotermia é assegurada sempre que o fluxo de calor produzido pelo organismo for igual ao fluxo de calor cedido ao ambiente. O calor gerado no organismo tem de ser cedido, em cada instante, ao ambiente, de modo a que a temperatura se mantenha constante.   
É exatamente à perceção psicológica desse equilíbrio que se pode chamar de conforto térmico, que é definido pela Norma ISO 7730 como um estado de espírito que expressa satisfação com o ambiente que envolve uma pessoa, ou seja, nem quente nem frio, um ambiente neutro.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a temperatura dos locais de trabalho devem, na medida do possível, oscilar entre 18ºC e 22ºC, salvo em determinadas condições climatéricas, em que poderá atingir os 25ºC. Relativamente à humidade da atmosfera de trabalho, esta deve oscilar entre 50 e 70%.

Em todos os clientes, é necessário fazer um levantamento das condições de conforto térmico existentes nas instalações, pois este é um dos principais fatores que influenciam o conforto dos trabalhadores no seu posto de trabalho. Para tal, é utilizado um aparelho que tem acoplada uma sonda, o Anemómetro.
O Anemómetro utilizado na New Med é da marca TSI Velocicalc Multi-Function Ventilation Meter 9555. Este é um equipamento portátil multifunções, de medição da qualidade do ar interior e das condições de ambiente térmico. O equipamento foi projetado para funcionar com uma ampla gama de sondas que permitem fazer várias medições apenas conectando ao aparelho uma sonda diferente, cada uma com características e funções mais adequadas para determinada aplicação. Com as sondas opcionais, as medições incluem velocidade do ar, temperatura, humidade, pressão Monóxido de Carbono (CO) e Dióxido de Carbono (CO2). Os cálculos incluem fluxo de ar, fluxo e calor, turbulência, globo húmido e temperatura de ponto de orvalho.
Na empresa, usamos este equipamento com a sonda que permite medir a velocidade do ar, a temperatura e a humidade relativa, fazendo habitualmente um levantamento dos dois últimos parâmetros de forma a podermos comparar os valores recolhidos com os valores paramétricos aconselhados e anteriormente referidos.
Se estes estiverem fora dos intervalos referidos, devem ser propostas medidas corretivas, de modo a garantir o conforto térmico e a produtividade dos trabalhadores, como por exemplo uma correta ventilação dos espaços, recorrendo a ventilação natural sempre que se verifiquem valores de temperatura acima do limite, ou a equipamentos de climatização para controlo da temperatura e da humidade. No entanto, em todos os locais onde fiz estas medições nunca se verificaram valores fora dos limites recomendados.
Em certos casos, dependendo da atividade, é necessária uma avaliação mais detalhada do ambiente térmico do local de trabalho, que não tive a oportunidade de realizar durante o estágio, exatamente pelo motivo que referi anteriormente e tamém porque este é um serviço mais dispendioso que a maioria das empresas não adquire. 


Figura 1 – Anemómetro digital VelociCalc com sonda de medição de velocidade, temperatura e humidade do ar.

Desde o início do meu estágio na New Med que trabalhei com este equipamento, no entanto, numa das primeiras auditorias, mesmo seguindo todos os procedimentos de manuseamento correto do aparelho, a proteção que envolve a sonda saiu e, com um leve toque com o dedo, quebrei a frágil sonda. A partir desta altura, não pude realizar mais estas medições devido à falta do equipamento.
Quando me apercebi do que tinha acontecido fiquei muito preocupada, visto que este é um equipamento relativamente oneroso, no entanto, recebi todo o apoio dos membros da empresa e da escola, e percebi que estes acidentes podem acontecer mesmo tomando todas as precauções para os evitar. Mas, só se aprende manuseando os equipamentos, pelo que é um risco necessário.  

Fontes:
DRYVIT. (2007). Conforto Térmico. Consultado em 20 de Maio de 2012. Disponível em http://www.dryvit.pt/confortotermico.htm
EHS Portugal. Ambiente Térmico; Conforto Térmico. Consultado em 20 de Maio de 2012. Disponível em http://www.ehsportugal.com/temas.php?cat=1&scat=71
OLIGAY. (1973). Conforto Térmico – O que significa e qual a sua importância. Consultado em 20 de Maio de 2012. Disponível em http://www.jrrio.com.br/construcao-sustentavel/pb-conforto-termico.html
TSI. VELOCICALC Multi-Function Ventilation Meter 9555 – Product Details. Consultado em 20 de Maio de 2012. Disponível em http://www.tsi.com/velocicalc-multi-function-ventilation-meter-9555/
VIEGAS, J. C. Ventilação natural em edifícios de habitação. Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Consultado em 7 de Junho de 2011. Disponível em

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